quarta-feira, 29 de outubro de 2008

De baixo pra cima

Na antiguidade os reis cercavam-se de pensadores e pessoas que lhes iluminassem com novos conceitos e possibilidades. Hoje, em sua sede de poder, os equivalentes as esses reis, cercam-se de pessoas mediocres pelo unico motivo de lhes poder pagar mal, gerando assim uma mediocridade de cima abaixo generalizada em todos os setores.

Os reis não compravam os pensadores, compravam seu tempo. Tempo não é dinheiro. Tempo é milhões de vezes mais importante e valioso na escala do bom senso. O tempo é necessario para que as coisas existam e tambem responsável pelas coisas sumirem dando um ritmo a existência de maneira que a possamos perceber. O tempo para uma pedra passa muito mais devagar do que o tempo de um mosquito.. Embora o tempo do mosquito seja infinitesimal comparado com o de uma rocha, o mosquito se diverte muito mais. Pica as pessoas, Voa!, vai zumbindo em alta velocidade, transa com mil mosquitas que põe centenas de ovinhos num na agua parada de um pneu velho e reproduz sua espécie. Vive dois dias antes de ser comido por um sapo proporcionalmente para nós, a um shopping center verde com uma linguona grudenta de 150 mts.

Não há palavra que defina o aborrecimento, o tédio melhor que boredom e disso vive milhões de anos uma pedra. Lembra-se quando haviam ali dinossauros e como derrepente sumiram e o mundo ficou escuro milhares de anos em silencio e derrepente veio toda aquela algazarra de novo, peixes, depois batráquios, mamíferos, macacos, babuínos, seres humanos, e o resort que construiram com um restaurante grudado na sua testa e como um dia o mar engoliu tudo e o tempo passou. A agua baixou e a rocha ainda estava ali. Todavia isso na grandeza do tempo no universo chega a ser desprezivel. O tempo é único, mesmo que se repita, reverta ou qualquer outra subversão quantica, tem sua identidade única e isso não se pode mudar ou falsificar.... ainda. E lá estamos nós vendendo nosso precioso tempo.

Quando Darwin imaginou tudo aquilo a partir de suas observações em lugares exóticos com bichos exquisitos abordo do seu barco estranho, desvendou uma lasquinha do segredo da evolução. Digo, evolução do todo. Provavelmente um processo intrincado o suficiente para nossos melhores cientistas e pensadores não terem a mais pálida idéia de como aquilo possa funcionar. Não é porque pensamos e logo existimos que isso queira dizer alguma coisa importante para o universo. Mais provável é que milhões de coisas parecidas conosco evoluam ou regridam pelo universo afora e no tempo infinito.

Em nosso tempo só o que podemos fazer é viver, vivamos então!

3 comentários:

Célia Garcia Ferper disse...

gosto muito de tudo que escreve.Entender o tempo de cada um é uma ciência.Gostei da vida dos mosquitos, muito divertido a descrição..........e vejo muita imagem.Sucesso com este blogue,não acho que seja arte de enrolação, enfim alguém escreve alguém lê......

Ana Peluso disse...

Célia me recomendou seus blogs. Vou literalmente acompanhar, me inteirar e comentar.
Prazer.
Abraço

Ana Peluso disse...

N±ao sei pq saiu no plurar (seus blogs), mas tomemos isso como um bom presságio!
;)