sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dama da Noite



Sentir aquele perfume derrepente ligou um mecanismo de resgate instantaneo que encontrou soterradas sob os escombros de uma vida algumas memórias tímidas que não sabia onde havia enfiado. O cheiro reunia um coletivo de situações heterogeneas em sua tradução sensorial que remetiam a momentos fugidios e fúlgidos. Inexorável como é, o tempo não se detem em considerações misericordiosas a nosso respeito e fusilanememente nos impõe aos efeitos de seu passar levando consigo a astúcia da inocencia e a coragem da irresponsabilidade. Mas assim é.

E novamente vem com este perfume uma vaga vaga, terna de lembranças, abstrata e transparente, diáfana, flutuante, efêmera, dodecafônica. E vou acordando e dormindo. Recordo, projetei a saudades de um futuro que ja passará. Como se o tempo existisse para comportar o perfume e as lembranças de uma Dama da Noite.


Ilustração e texto: Sergio Cajado
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domingo, 11 de abril de 2010

Habemus votus et jatus, non habemus panis

Votar é uma obrigação. Mas que safadeza! Poderia e deveria ser facultativo. Aposto que os desinformados iam preferir cuidar da vida no feriadão do que votar em quem mal conhecem. Votar é coisa séria, so os interessados deveriam faze-lo. Mas certamente é mais confortavel para o governo manipular as massas com distribuiçnão de camisetas e churrascos, porem assim não se constrói uma nação consciente, não se alcança estabilidade provida pela inteligencia de um povo. Vemos que se promove a posição descaradamente através de filmes biográficos, o uso da maquina do poder para auto promoção, este despotismo escancarado, é uma norma antiga. Que medo. Alianças com os ditadores latinos, falta de retidão em licitações publicas etc. (sic = makes me sick) Tenho medo de votar em quem quero por saber que a grande multidão vai votar naquilo que viram na televisão e os votos serão divididos. Que chance tem um partidinho verde? Pouca, pois vivemos a celebração da mediocridade.

O dinheiro dos impostos e das loterias promovidas pelo estado vai todo para o governo federal e sobra um bocadinho para ser dividido entre estados. E os estados abocanham esse pouqunho e deixam quase nada para os municipios e subprefeituras. Como podemos melhorar nossas vidas se o dinheiro vai para os burocratas brincarem de banco imobiliario com nossos recursos? Claro que assim da pra se comprar frota de jatos por 20 bilhões. E o estado com maior presença no senado puxa a sardinha pro seu prato, como a Bahia que ficou com mais de 60% de toda grana do país... e que dividam as sobras entre os outros estados da união! So pensando, e se o governo federal ficasse com um pouquinho, os estados com mais e os minicipios com quase tudo? Ora seria o progresso finalmente chegando aos que pagam imposto e querem ver melhorias com o dinheiro que gastaram, pois assim é que se faz nos países desenvolvidos de fato. Mas estamos longe desta realidade ainda e vamos ficar um tempão esperando que os urubus saiam de cima deste cadaver ainda vivo que grita por um raio de sol. A não ser que reclamenmos alto e em bom tom.

Ilustração e texto: Sergio Cajado
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