Quando um turista chega na Suiça fica maravilhado, porque aqui é tudo bonitinho. As casinhas são bonitinhas, as ruas não tem buracos nem sujeira, não tem pedintes nas ruas. Tudo é meiguinho... a primeira vista, mas assim como a maioria das coisas tem tambem seu lado outro lado da meia noite que se pode perceber apos algum tempo de convivencia.
A Suiça é um pais pobre em recursos naturais. Não ha uma gota de petroleo ou riqueza mineral no solo. Mais de 80 % do terreno é pedregoso e inacessivel. Ha 300 anos fugindo de guerras e se escondendo de conflitos internacionais nunca foi desejada por nenhum conquistador.
Durante a segunda guerra, havia na suiça até partidos nazistas que debatiam seu direito de existir. Hoje são neo-institucionalizados e tem até uma região chamada Rüti onde se encontram. A paz na suiça é conseguida atraves do silencio da midia. Não vende armas mas é um dos maiores fabricantes de munição do mundo. Não tem industria automobilistica nem de grandes coisas, aqui tudo é importado. Os produtos suiços custam uma exorbitancia pois precisam subsidiar o estilo de vida local. A industria de reparos e serviços so funciona atraves de garantia de produtos pois o custo para reparar qualquer coisa custa mais do que o artigo novo. Isso faz com que a Suiça seja um dos paise menos ecologicos do mundo pois ao inves de se consertarem as coisas, elas são substituidas por novas gerando uma montanha de coisa usadas como celulares, tvs, geladeiras etc. Produtos reciclados como papel custam mais caro por causa da mão de obra supravalorizada, importado é mais barato. É o conceito de footsteps, pegadas que o homem deixa no meio ambiente. Para se conseguir um carro que não polui, ha de se construir uma fabrica robotizada o que é mais caro e mais agressivo ao meio ambiente do que um volkswagem velho que qualquer mané conserta com uma chave de parafuso um araminho e um alicate.
Extremamente xenófobo, o suiço não abre mão do seu mercado de trabalho aos estrangeiros. No papel a Suiça dá asilo aos refugiados, mas não os deixa trabalhar ou ter uma existencia digna. Agrupados em galpões estes asilantes são vistos pelo povo como bandidos destruidores da conservadora cultura helvetica. O asilo serve de alguma forma como desencargo de consciencia por o pais não querer arriscar o pescoço com questões mais serias. Na pratica, mesmo não sendo asilado, o estrangeiro não encontra abertura no mercado de trabalho. Ve-se medicos estrangeiros trabalhando como enfermeiros. Faltam enfermeiros aqui. Mas não faltam medicos. A educação convencional é notadamente fraca. Boas, so as escolas pagas onde estudam os filhos de milionarios. Na rede publica estuda-se alemão e matematica. Um dos intuitos disto é prover trabalhadores braçais para não ter de importa-los. Outro é manter o povo burro, amestrado e temeroso da lei.
Mas o povo é rico. O que mais move um suiço é o dinheiro. Eu tambem gosto de dinheiro, mas gosto mais da minha integridade, dos meus semelhantes. O país enriqueceu apos os anos 60 depois de ter herdado o dinheiro dos nazistas e dos judeus que morreram na guerra e depositaram seu tutu aqui e não puderam vir reclama-lo. Muita bufunfa. Com este dinheiro, criaram-se empresas de saude e de seguro. Ha pessoas que pagam a vida inteira por estes serviços sem nunca utiliza-los. Uma verdadeira fabrica de dinheiro. Aproveitando-se dos altos impostos no mundo , criaram-se as contas numeradas onde o estrangeiro pode enfurnar todo o dinheiro não declarado e por assim dizer, lava-lo ou mesmo mante-lo afastado do leão. Mesmo em familia, a voz da grana fala mais alto que os laços afetivos.
Ao terminar o colegial, o jovem entra para um estagio miseravelmente remunerado, necessario para se concluir os estudos. Como não podem ser mais descontados no imposto de renda, os pais passam a cobrar uma colaboração dos salario mixuruca dos filhos. Por causa disso eles saem de casa e vão morar sozinhos levando uma magoa que os distancia da familia. Terminar a escola significa invariavelmente, sair de casa.
Assisti um concerto do Jethro Tull na California, custou 20 dolares, vi outro em São Paulo, custou 30 reais, queria ver um aqui mas custava 230 francos, cerca de 350 reais. Tenho os ingressos que não me deixam mentir. Quem tem, põe, quem não tem, tira... ou pelo menos não vai no show. Um BigMac aqui custa o mesmo que no Brasil, mas a passagem de onibus custa 4.60 e um maço de cigarro 6.70.
A Suiça não tem herois. Não tem musicos, corredores de carro, jogadores de futebol, nem nada. Os famosos contam-se nos dedos da mão como o tenista Roger, DJ Bobo, Corbursier, Mario Bota, Louis Chevrolet , Bruno Ganz e o sujeito que dirigiu o ultimo 007. Muita gente famosa vem morar aqui tambem como Tina Turner, Phil Collins, mas ninguem nunca os vê em publico.
As pessoas são desconfiadas e de poucas palavras. Não gosto de barulho, mas aqui prezam o silencio de uma maneira exagerada. Na maioria dos lugares não se pode tomar banho depois das dez pois o barulho da agua incomoda os vizinhos. Acostumados a chamar a policia por qualquer melindre, não é raro ve-los ligar para reclamar de um carro estacionado fora de horario. Povinho dedo-duro, entregam os pais que fumam maconha e os vizinhos que escutam musica alto. Lembro ter recebido uma multa na noite de natal numa rua onde morava que nao passava um barnabé. Estava saindo pra buscar uns amigos na estação de trem e lembrei ter esquecido a carteira. Subi para pega-la, aproveitei e tomei um café. Ao descer um policial multava meu carro parado na frente do meu proprio portão. Tentei argumentar mas ele disse, nada posso fazer pois isso foi uma queixa de um vizinho seu. Vi uma vez um sujeito ser multado por atravessar a rua com sinal fechado. Interessante é que ele estava a pé e a rua estava vazia, exceto pelo policial que o multou. Alias multa aqui é o passatempo predileto. Multam bicicletas na calçada, crianças atrasadas para escola, jogadores de bitucas etc. Até cachorro aqui se latir toma multa e não é brincadeira, nunca ouvi um latido de cachorro aqui.
Uma vez por ano, fazem uma festa colossal onde as ruas se entopem de pessoas desnudas e rebolantes, vestidos de diabo ou de puta que parecem querer descontar naquele dia toda a repressão que sofreram o ano inteiro. Neste dia bebem, dançam e imundecem a cidade. No dia seguinte tudo volta ao normal. As pessoas silenciosas no ponto de onibus escaneando com os olhos quem passa. Isso é tão curioso, as mesas externas dos bares tem as cadeiras viradas todas para rua. La se sentam eles, um do lado do outro, para beber e olhar as pessoas passar.
As mulheres são lindas e jecas, usam roupas de oncinha, meia calça com shots e salto alto e por ai afora. Os homens são escarradores natos como se fosse isso fortalecer seu status de macho. Mesmo assim, tem uma montanha de bambis soltos pela cidade. As pessoas comem muito feio na mesa, não limpam a boca antes de beber, mastigam de boca aberta, abaixando a cabeça levam a boca ao garfo ao invez do garfo a boca e falam de boca cheia. A culinaria aqui no entanto não progrediu como o mundo financeiro. Ha setecentos anos que comem salsicha com batatas, preparadas sempre da mesma forma tradicional. Uma folhinha de hortelã a mais e é a invasão destes estrangeiros sujos que querem mudar nossa terrinha. Não ha doces solidos como goiabada, marmelada, marrom glacê. Tudo é geleia, de goiaba, de marmelo e acham um insulto comer doce com queijo. Pior de tudo e a grande heresia é que nem imaginam o que é bananinha de paraibuna com catupiry.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
RadioWaves - Short Movie
Esse aqui é um curta-teste. Uma estorinha sobre um alien verde de um olho chamado Zadig que adora ouvir musica através das ondas de rádio. Um dia as ondas cessam e ele vai ver o que está causando interferência no seu rock ... e chega na Terra onde descobre o que atrapalha as tais transmissões.
Agradeço ao Alex Rock por ter cantado a música do Zadig e ao Matt Groening pelos foguetes da Terra... e ao meu Mac sem o qual nada disso seria possivel.
Agradeço ao Alex Rock por ter cantado a música do Zadig e ao Matt Groening pelos foguetes da Terra... e ao meu Mac sem o qual nada disso seria possivel.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Puder da Belezura
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
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